sexta-feira, 20 de maio de 2011

Mais barato e mais potente


Mariana Fontanive*

Há dez anos, quando o crack entrou no Brasil, era impossível pensar em uma droga mais letal.  Nesta semana, o Rio Grande do Sul foi apresentado a algo que assusta até especialistas. A nova droga, o óxi, tem características distintas do crack e com o preço pela metade.  
A droga teria sido apreendida em 25 de abril deste ano, no bairro Rubem Berta, em Porto Alegre. Uma equipe do Instituto Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul analisou os 300 gramas da droga e confirmou tratar-se do óxi. A quantidade poderia ser usada para produzir 1.500 pedras da substância.
A previsão é de que o novo entorpecente vá se disseminar principalmente entre quem já é usuário de droga e se encontra em situação sensível. O problema é que a rede de atendimento que ainda não apresenta soluções para usuários para combater o tráfico e tratar usuários de entorpecentes, terá de enfrentar uma droga ainda mais devastadora: o óxi.
Segundo o delegado Adroaldo Schenkel, responsável pela Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (DEFREC)- PF, em Passo Fundo ainda não existem registros de apreensão do óxi.

Efeitos: Os componentes do óxi são altamente danosos ao organismo. A droga inalada chega ao cérebro entre sete e nove segundos e acelera o metabolismo do usuário, o que causa sensações de euforia, depressão, medo e paranoia. Diferente da cocaína, os efeitos duram pouco tempo, no máximo dez minutos. Essas circunstâncias obrigam o usuário a inalar o óxi repetidamente, o que aumenta as agressões ao organismo. O que torna o óxi mais letal que o crack são os componentes adicionais, cal e combustível. Essas substâncias com alta toxicidade, que causam dificuldades na respiração, fibroses e endurecimento do pulmão, afetam o sistema cardiorrespiratório e promovem uma vasoconstrição muito intensa. Muitos usuários têm perda de consciência, o que leva a uma parada cardíaca e ao coma.  Já no primeiro mês de uso os dentes podem cair e no terceiro mês pode levar o usuário à morte. Em média 30% dos usuários da droga não sobrevivem após um ano de uso.

Preço: O que contribui para que a droga se espalhe com rapidez é o preço A pedra de crack custa, em média, R$ 5, o oxi é vendido por R$ 2 no mercado ilícito.
*Aluna do VII nível de Jornalismo On-Line.

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