sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Alta de alimentos deve persistir, diz ONU

Andre Luiz Tonon*

Imagem: Flickr



O jornal Valor Econômico divulgou na última terça-feira, 11 de outubro, que o preço dos alimentos deve permanecer elevado ao longo dos próximos anos. A informação vem de acordo com um relatório das agências das Nações Unidas para Agricultura devido a crescente demanda e do impacto cada vez mais frequente de eventos climáticos extremos e da indústria de biocombustível.
    

A alta nos preços dos grãos e de outros alimentos básicos levou a distúrbios durante a crise alimentar de 2007-08 e, mais recentemente, os bancos centrais asiáticos apertaram a política monetária para combater a alta dos alimentos. "A volatilidade nos preços está aqui para ficar", disseram as agências da ONU em seu principal relatório anual: "O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo".
    

O relatório é publicado conjuntamente pela Agência para Agricultura e Alimentos (FAO), pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura (Ifad, na sigla em inglês) e pelo Programa Alimentar Mundial (PAM). "Pequenos, os países dependentes de importações, particularmente na África, estão especialmente em risco", alertaram.
    

Tradicionalmente, a ONU usa esse relatório para fornecer uma estimativa do número de famintos crônicos no mundo. Entretanto, as agências voltadas para a agricultura disseram que não serão capazes de publicar o número no relatório de 2011, por estarem revisando a metodologia para medir a fome crônica. A FAO, o Ifad e o PAM disseram que sua melhor estimativa para o número de pessoas com fome no mundo manteve-se em 925 milhões para 2010.
    

O relatório alerta ainda, que os preços subiram em função do rápido crescimento da demanda por conta do desenvolvimento econômico, do crescimento da população e do aumento do uso de biocombustíveis. Ao mesmo tempo, uma "ligação mais forte entre os mercados agrícola e de energia, bem como a maior frequência de choques climáticos" estavam impulsionando a volatilidade dos preços.
    

O índice de preços de alimentos da FAO, formado por cesta de commodities como trigo, milho, arroz, açúcar, carne e óleo vegetal, subiu 15% em relação ao ano passado. O índice saltou quase 150% na última década. A FAO, o Ifad e o PAM alertaram que as restrições às exportações também levaram à escassez de alimentos, exacerbando a volatilidade dos preços.

Fonte: Jornal Valor Econômico


*André Luiz Tonon é acadêmico do VII nível de Jornalismo Online

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