sexta-feira, 20 de maio de 2011

O outro lado do jeitinho brasileiro

Invertendo o ditado que afirma que todo brasileiro “dá um jeitinho” para tudo, criminosos se valem dos mais diversos motivos para cometer assassinatos brutais. Relembre alguns dos mais famosos casos ocorridos no Brasil – e as razões por trás deles.

 Rafael Zanolla*

Policiais controlam detentos durante invasão no presídio do Carandiru, em 1992.
 
O Brasil sempre teve casos envolvendo matanças de inocentes, em maior ou em menor grau, mas sempre trazendo, junto com a sensação de insegurança, a impunidade e a revolta popular.
Após o crime do Realengo, que inaugura, em solo brasileiro, uma tendência que infelizmente vem se repetindo no exterior – a de massacres dentro de escolas, a memória da população tupiniquim não pode esquecer as prévias do crime, talvez inspirações para tantos outros que já aconteceram ou, pior (e 
mais assustador) ainda, que ainda virão a acontecer. Chacinas como a do Presídio do Carandiru (1992), da Candelária (1993) ou de Vigário Geral (1993), que mancham de sangue momentos da história brasileira.
Se os motivos para esses casos hoje estão claros para muitos, a história prova que muitas razões ainda são nebulosas. O “grupo de extermínio” formado por policiais, e que teria sido responsável pelos massacres da Candelária e de Vigário Geral, nunca foi oficialmente comprovado, embora as razões para crer nele sejam lucidamente reais. Em se tratando do Carandiru, os policiais militares envolvidos não foram punidos, embora todos os 116 tenham sido indiciados. O coronel Ubiratan Guimarães, apontado como o responsável pela invasão do Presídio, foi morto em 2006.


Repercussão

Se na época desses crimes a internet ainda engatinhava, não existindo twitters ou facebooks para que os crimes chegassem aos olhos do público de forma efusiva, a mídia dava, na medida do possível, as tintas, ainda que de forma parcial, defendendo o Coronel Ubiratan, a exemplo da Rede Globo.
O massacre do Carandiru virou filme em 2002, gerando uma grande repercussão do caso e trazendo um retrato deveras fiel do caso, sempre pautado pelo livro Estação Carandiru, de autoria do médico Dráuzio Varella, que trabalhou como médico no Presídio no período que antecedeu a chacina.
 
Banner da nova campanha do desarmamento do Governo
As consequências no Brasil de hoje

Após uma fracassada investida para desarmar o país em 2006, o Governo Brasileiro retomou de forma contundente, em resposta ao caso do Realengo a campanha para o desarmamento da população. Com o slogan “Tire uma arma do futuro do Brasil", a campanha tem na figura do seu principal porta-voz o ator Wagner Moura, que alcançou grande notoriedade com o público após dar vida ao personagem Capitão Nascimento, nos filmes Tropa de Elite I e II.



*Aluno do VII nível de Jornalismo On-Line.

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