* Tatiane Santi
Foto: Franciele Demarchi |
A esquizofrenia é um severo transtorno do funcionamento cerebral, cujas causas são atribuídas tanto a fatores hereditários quanto ambientais. Sua principal característica são delírios paranóicos e alucinações com vozes. Calcula-se que cerca de 1% da população mundial seja afetada pela doença em maior ou menor grau. As atuais evidências relativas às causas da esquizofrenia são um mosaico: a única coisa clara é a constituição multifatorial da esquizofrenia. Isso inclui mudanças na química cerebral, fatores genéticos e mesmo alterações estruturais.
A questão sobre a existência de várias esquizofrenias e não apenas uma única doença não é um assunto novo. Primeiro, pela diversidade de manifestações como os subtipos paranóide, catatônico e residual, além das formas atípicas, que são conhecidas há décadas.
Novo tratamento contra
esquizofrenia usa células do próprio paciente
Em abril deste ano, um grupo de pesquisadores americanos descobriu que as células epidérmicas podem se tornar poderosas ferramentas para tratar uma das mais enigmáticas doenças da mente, a esquizofrenia. Os cientistas coletaram amostras de células epidérmicas de pacientes esquizofrênicos e as fizeram "regredir" para um estado mais primitivo e versátil. Uma vez convertidas nestas "páginas em branco", as células eram cultivadas quimicamente para se transformarem em células cerebrais. Assim, podiam ser estudadas e manipuladas para uma análise "individualizada" da esquizofrenia de cada paciente.
"Utilizando este método, podemos descobrir como um medicamento em particular vai afetar as células cerebrais deste paciente específico, tornando desnecessário que o paciente teste a droga e sofra os efeitos colaterais", explicou Gong Chen, especialista da Universidade Penn State, na Pensilvânia. "O paciente pode ser sua própria cobaia para a definição de seu tratamento, sem precisar experimentar os medicamentos diretamente", acrescentou. Exames descobriram que neurônios cultivados em laboratório de pacientes esquizofrênicos criam menos conexões entre si em comparação a células cerebrais de indivíduos saudáveis. Os cientistas então aplicaram alguns dos medicamentos antipsicóticos mais usados atualmente no tratamento da esquizofrenia para observar se eles eram capazes de fazer com que o número de conexões aumentasse.
O único que gerou este efeito foi o Loxapine, embora seu uso tenha acarretado um efeito cascata inesperado sobre centenas de genes. O uso das iPSCs em pesquisas médicas gera grande expectativa desde sua descoberta, em 2006.
"Utilizando este método, podemos descobrir como um medicamento em particular vai afetar as células cerebrais deste paciente específico, tornando desnecessário que o paciente teste a droga e sofra os efeitos colaterais", explicou Gong Chen, especialista da Universidade Penn State, na Pensilvânia. "O paciente pode ser sua própria cobaia para a definição de seu tratamento, sem precisar experimentar os medicamentos diretamente", acrescentou. Exames descobriram que neurônios cultivados em laboratório de pacientes esquizofrênicos criam menos conexões entre si em comparação a células cerebrais de indivíduos saudáveis. Os cientistas então aplicaram alguns dos medicamentos antipsicóticos mais usados atualmente no tratamento da esquizofrenia para observar se eles eram capazes de fazer com que o número de conexões aumentasse.
O único que gerou este efeito foi o Loxapine, embora seu uso tenha acarretado um efeito cascata inesperado sobre centenas de genes. O uso das iPSCs em pesquisas médicas gera grande expectativa desde sua descoberta, em 2006.
Fonte: http://www.jb.com.br/
Brasileiros criam modelo in vitro inovador para esquizofrenia
Em agosto de 2011, uma pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro usou células-tronco para descobrir motivos do surgimento da doença no cérebro. Com a técnica, conseguiram demonstrar que o excesso na produção de radicais livres é um dos responsáveis pelo surgimento do distúrbio.
De acordo com o líder da pesquisa, Stevens Rehen, do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias da UFRJ, é a primeira vez que um trabalho totalmente realizado no País modela uma doença humana.
Método: O grupo retirou células da pele na nuca de dois voluntários: um deles com diagnóstico de esquizofrenia e outro saudável. Reprogramaram as células para que elas recuperassem sua pluripotência e, depois, conduziram sua diferenciação para a condição de neurônios. Ao comparar as duas colônias, perceberam que as células diferenciadas do paciente com esquizofrenia consumiam duas vezes mais oxigênio, transformando-o em radicais livres, tóxicos à célula quando em excesso. O estudo foi ainda mais longe: os cientistas conseguiram “curar” os neurônios in vitro administrando ácido valproico. Desta forma, tornaram-se o primeiro grupo no mundo a reverter no laboratório marcas bioquímicas de neurônios humanos com esquizofrenia.
* Tatiane Santi é acadêmica do 6º semestre do curso de Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo da UPF.
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