quarta-feira, 15 de junho de 2011

Reflexões sobre a infidelidade

*Emílio Arruda, acadêmico de Jornalismo, VII nível.

Daniel Herz, o diretor da Cia Atores de Laura, estava lendo jornal durante o ano passado e, entre uma manchete e outra fotografia, encontrou uma frase que quase fez com que ele caísse da cadeira: “O adultério não é crime, mas tem seu preço”. A afirmação foi o ponto de partida para Herz e a sua trupe pesquisarem a obra do autor italiano Luigi Pirandello (1867-1936).


As leituras abriram inúmeras possibilidades de reflexão e o grupo de teatro carioca focou em duas questões: contrapor realidade e ilusão, além de refletir sobre o que significa trair.

O resultado das pesquisas é uma montagem de 80 minutos, na qual o elenco, formado por três atores e três atrizes, migra de uma situação para outra, continuamente. “Isso é simbólico. O objetivo é sugerir ao público que nós, na vida real, não vivemos apenas uma realidade. Há várias camadas no contexto no qual uma pessoa está inserida”, afirma Herz, diretor de Adultério, que já teve apresentações no Festival de Curitiba e em São Paulo.

As situações cênicas, que se conectam, tratam do assunto que dá nome à peça. “A montagem trata da traição a partir de vários pontos de vista, seja de quem trai, como de quem é traído”, conta o diretor, que tem uma opinião contundente sobre o assunto. “O adultério é um dos grandes paradoxos do ser humano. Afinal, ao construirmos uma relação com uma única pessoa, abrimos mão de todo um leque de possibilidades de nos relacionarmos com diversos outros parceiros. De repente, a relação está boa, e podemos cometer adultério ou sermos traídos.”

Fonte: Gazeta do Povo


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