terça-feira, 1 de novembro de 2011

Profissão e gênero

A diferença entre os sexos permanece, se estende ao campo do trabalho e estereótipos das profissões

 
Dulci Sachetti*



 A secretária; o mecânico; a cozinheira; a dona de casa; o motorista. A atuação profissional sempre esteve diretamente interligada ao perfil da pessoa e gênero. De 20 a 22 de outubro aconteceu na Universidade de Passo Fundo o segundo Encontro Nacional Acadêmico do Secretariado Executivo (ENASEC) que entre outros assuntos como a pesquisa na área, também debateu a atuação profissional.

Foto: http://carreiras.empregos.com.br
A profissão qual se escolhe, geralmente por aptidão, ainda carrega ideologia e preconceitos; há profissões, por exemplo, que são tidas como tipicamente masculinas, outras, femininas como a de Secretariado. Este é um velho dilema abordado em eventos, artigos científicos e sala de aula, não somente do curso e profissionais da área, como na sociedade. Segundo estudo da Fundação Seade/Dieese a participação da mulher no mercado de trabalho vem crescendo, mas a diferença entre a remuneração recebida por homens e mulheres ainda é grande. No ano passado, as mulheres tiveram redução proporcional de 79,8% para 75,2% em relação ao montante salarial masculino, ou seja, considerando o salário no valor de R$1.000,00 de um homem, uma mulher receberia em torno de R$752,00 como média nacional.

Além das diferenças entre salário, promoções e vantagem no processo seletivo, ocorre discriminação em relação ao estereótipo cultural estabelecido. Para os profissionais da área secretarial, por exemplo, a função ainda é confundida com a imagem construída ao longo dos anos e da profissão: “a moça que serve cafezinho e atende telefone apenas, sensual, bela e jovem” conforme relata a egressa do Curso de Secretariado Executivo Bilíngue da Universidade de Passo Fundo, Letícia Tamie Oda; não havendo conceitualmente espaço para o sexo oposto. “Esta crença não é correta, porque há vários colegas homens formados no curso e atuantes no mercado” afirma.

As diferenças entre os sexos está longe de ser minimizada, já que conforme assegura a pesquisa, mesmo com índice de escolarização crescente e de igual parâmetro entre os sexos, a diferenciação e atribuição de estereótipos da profissão não reduziu a desigualdade dos valores recebidos por exemplo.


*Dulci Sachetti é acadêmica do curso de Jornalismo, V nível.


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